DIA DE PROTEÇÃO ÀS FLORESTAS
Preservar florestas é sinônimo de proteger a vida.
Florestas têm sido ameaçadas em todo o mundo, pela degradação incontrolada. Isto acontece por terem seu uso desviado para necessidades crescentes do próprio homem e pela falta de um gerenciamento ambiental adequado. As florestas são o ecossistema mais rico em espécies animais e vegetais. A sua destruição causa erosão dos solos, degradação das áreas de bacias hidrográficas, perdas na vida animal (quando o seu habitat é destruído, os animais morrem) e perda de biodiversidade.
Agora podemos perceber como o dia 17 de julho - Dia de Proteção às Florestas - é fundamental para que possamos lembrar da importância de conservarmos nossas florestas: aumentar a proteção, manter os múltiplos papéis e funções de todos os tipos de florestas, reabilitar o que está degradado. Isto é, preservar a vida no planeta.
Nossa situação é única
Em termos de diversidade biológica, o Brasil tem uma situação ímpar no mundo. Calcula-se que cerca de um terço da biodiversidade mundial esteja em nosso país, em ecossistemas únicos como a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, os cerrados, áreas úmidas e ambientes marinhos, entre outros.
Só a Amazônia, o maior dos biomas (o bioma é o conjunto dos seres vivos de determinada área) da América do Sul, é metade das florestas tropicais do mundo, com valores altíssimos em termos de biodiversidade, além do enorme potencial genético.
E a Mata Atlântica, desmatada desde os primórdios da colonização do país em ciclos econômicos agrícolas (as plantações de cana-de-açúcar e de café) ocupada pelo estabelecimento histórico de vilas e cidades acompanhando o litoral, teve o mais alto grau de desmatamento e consequentemente o mais alto grau de perda dos habitats originais. Hoje, o que restou (menos de 8% de sua área primitiva), está fragmentado, sendo melhor a situação na parte costeira da Mata Atlântica (onde o relevo acidentado ajudou na conservação), principalmente em São Paulo, e pior no interior (onde o relevo de planaltos favoreceu a ocupação).
Quando uma floresta deixa de existir, perdemos fauna e flora e isso pode provocar, ainda, o desequilíbrio da cadeia alimentar. Com as espécies carnívoras diminuindo, cresce o número de herbívoros, que podem vir a extinguir mais tipos de vegetais.
A perda da cobertura vegetal causa a degradação do solo e, consequentemente, a desertificação. A destruição das florestas afeta, também, o clima, já que elas têm importante papel na manutenção da temperatura, nos ventos e no ciclo das chuvas.
Mundo verde
Segundo relatório do Instituto WorldWatch, uma das organizações não-governamentais de mais credibilidade no mundo (www.worldwatch.org), dois terços das florestas originais do planeta já foram derrubados. Embora iniciativas bem intencionadas tenham surgido nos últimos dez anos, as serras vêm agindo com muito mais velocidade. As principais causas de abate são:
- queimadas de extensas áreas para a prática de agricultura e pecuária
- expansão dos centros urbanos
- construção de estradas
- comercialização de madeira
- extrativismo de inúmeras espécies de interesse econômico
O mesmo instituto aponta como uma das soluções para conter a derrubada de árvores em todo o planeta uma total reestruturação nos direitos de propriedade sobre as florestas, na política de preços sobre produtos derivados das florestas (sabe-se que indústrias farmacêuticas, sozinhas, têm um lucro estimado em 100 bilhões de dólares anuais somente com venda de remédios fabricados com componentes derivados das florestas) e o aumento do poder político sobre o destino das florestas.
O gráfico ao lado mostra o panorama do desmatamento no mundo:
IBGE Teen
Para enriquecer seus conhecimentos sobre florestas e dar uma "mãozinha" nas aulas de geografia, confira a seguir os tipos de florestas, suas características e onde podem ser encontrados. (para ampliar o quadro clic sobre ele).
IBGE Teen
Conservando unidades.
A Lei Federal no 4.771/65, (Que o congresso está tentando revogar, creio eu claramente que seja para o benefício dos imperialistas e especialistas em “PLANTAR BOIS” – Parênteses e grifo meu), que instituiu o Código Florestal brasileiro, em seu artigo primeiro, define as florestas como bens de interesse comum a todos os habitantes do país.
Outra iniciativa para proteção das florestas foi a criação das Unidades de Conservação. Essas unidades compõem espaços territoriais, onde se tem por objetivo a preservação da flora, da fauna e das belezas naturais, além do meio ambiente como um todo. Por causa dos múltiplos objetivos é necessário que existam diversos tipos de unidades de conservação, gerenciadas de maneiras diferenciadas. O estabelecimento de unidades de conservação diferenciadas busca evitar o empobrecimento genético no país, resguardando o maior número possível de espécies animais e vegetais.
Unidades de Conservação de uso indireto: aí a exploração ou o aproveitamento dos recursos naturais são totalmente restritos, admitindo-se apenas o aproveitamento indireto dos seus benefícios. São identificados como Unidades de Proteção Integral (Parque Nacional, Reserva Biológica e Estação Ecológica).
Unidades de Conservação de uso direto: onde a exploração e o aproveitamento econômico direto são permitidos, de forma planejada e regulamentada. São as Unidades de Uso Sustentável (Áreas de Proteção Ambiental, Floresta Nacional e Reserva Extrativista).
De forma generalizada, a finalidade das Unidades consiste em:
- preservar bancos genéticos, de fauna e flora;
- acompanhar as alterações que aconteçam;
- proteger os recursos hídricos;
- proteger paisagens de relativa beleza cênica e com valor cultural, histórico e arqueológico, a fim de permitir estudos e turismo;
- conduzir a educação ambiental, de cunho turístico e escolar;
- proporcionar condições para o desenvolvimento de pesquisas;
- proteger áreas de particulares, com relevância faunística ou florística;
- proteger áreas que venham a ter, futuramente, uma utilização racional do uso do solo.
De fato, essa área de parques, estações e reservas, que parece imensa (por causa do tamanho do país) e que somada corresponde a cerca de 16 milhões de hectares, é menos de 2% do território nacional. Ainda está abaixo, em percentual, da média mundial de 6% preservados. A maioria dessas áreas também ainda não está completamente implementada, sofre todo o tipo de problemas e não está tendo o seu papel cumprido à risca, de proteger mananciais e espécies ameaçadas, de serem locais para a pesquisa científica, de incentivarem e permitirem o contato direto com a natureza.
O Brasil, assim como outros países da América do Sul (Bolívia, Colômbia, Equador, Venezuela), demarcaram vastas regiões como terras indígenas, reconhecendo o direito à terra dos povos nativos que vêm habitando e conservando florestas desde tempos muito antigos. No Site do IBGE neste link: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/mapas/home.html
você encontra o Mapa das Terras e Parques Indígenas brasileiros. O Anuário Estatístico do Brasil, do IBGE, tem informações completas sobre unidades de conservação e terras indígenas, com indicação da área total e dos municípios abrangidos.
Desmatamento da Amazônia: ouvindo a população local.
O WWF-Brasil realizou, em conjunto com o Instituto Superior de Estudos da Religião (Iser), uma pesquisa diferente sobre a Floresta Amazônica: desta vez, a palavra foi da população local e o que ficou evidente foi a preocupação com a preservação da floresta, antes de qualquer outro interesse, como empregos ou melhores salários.
Quase 70% afirmaram que o progresso da região não é mais importante do que a conservação da natureza. Para 46% dos entrevistados, a prioridade da região amazônica diz respeito ao uso sustentável dos recursos naturais, através da preservação da floresta e do ecoturismo, por exemplo. Além disto, mais da metade da população ouvida alegou não estar disposta a ter mais poluição em troca de mais empregos.
A idéia de desenvolvimento sustentável ainda não é dominada, mas quem tem noção do que é parece simpatizar com o conceito. A população, apesar de ser favorável à construção de estradas e hidrovias, por exemplo, preferiria se estas atividades fossem realizadas de maneira planejada, para reduzir os impactos ambientais.
Segundo os pesquisados, os maiores problemas ambientais da região amazônica são o desmatamento e as queimadas, embora haja ainda regiões em que a falta de saneamento básico seja preocupante. Os madeireiros parecem ser os inimigos da floresta, pois 57% não acham necessário cortar madeira para a Amazônia se desenvolver.
Os moradores locais também observam as mudanças negativas na floresta, como a diminuição das árvores e a redução no número de aves, mamíferos, peixes e tartarugas.
FOTO © Thomas Marent
Informações rápidas
De acordo com a ONU:
- As pessoas utilizam de 39 a 50%, ou talvez mais, da produção biológica do planeta, através de atividades como a agricultura e extração vegetal, por exemplo.
- O mundo já perdeu metade de suas florestas.
- Nos últimos 40 anos, a área per capita de floresta caiu mais de 50%: a média global anterior era de 1,2 hectares por pessoa e agora chegou a 0,6 hectares. Fatores que influenciam estes números: aumento populacional e, sem dúvida, o desmatamento das florestas.
- As perdas florestais são mais significativas na Ásia, seguida pela África e pela América Latina.
- Os países desenvolvidos são os que mais contribuem para o reflorestamento.
- As florestas tropicais representam 50% da biodiversidade do mundo.
- Contagem regressiva: se a destruição das florestas permanecer no ritmo que se encontra, dentro de cerca de 50 anos não teremos mais florestas tropicais originais.
- As perdas florestais na América Latina e Caribe merecem atenção. Esta área tem cerca de metade de sua extensão coberta por florestas naturais, mas em cinco anos (de 1990 a 1995) houve uma perda de 3% desta cobertura.
Entre 1988 e 1997, o Brasil perdeu 15 milhões de hectares de área florestal, principalmente por causa de desmatamentos para fins agrícolas.
Navegando por entre as florestas
Aí vão algumas dicas de sites para você saber mais sobre florestas:
Centro Nacional de Pesquisa de Florestas - CNPF
Link: http://www.cnpf.embrapa.br/
Curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná - UFPR
Link: http://www.floresta.ufpr.br/
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis
Link: http://www.ibama.gov.br/
FONTE: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/florestas/home.html
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