11 de Junho - Dia do Educador Sanitário.
Educação Sanitária é a "denominação dada à prática educativa que objetiva a induzir a população a adquirir hábitos que promovam a saúde e evitem a doença"
Educação Sanitária é a "denominação dada à prática educativa que objetiva a induzir a população a adquirir hábitos que promovam a saúde e evitem a doença"
É necessário encaixar-se em três níveis fundamentais para ser um bom Educador Sanitário
1 - Nível humano
Ser uma pessoa rica em valores, equilíbrio psicológico e emocional, aberta a diálogos, disponível, capaz de ouvir, saber trabalhar em equipe.
2 - Nível profissional
Ter conhecimento da real situação da saúde e ter uma capacitação mínima em relação aos aspectos de educação/promoção da saúde e prevenção das doenças, bem como das ciências humanas e sociais: psicologia, sociologia etc.
3 - Nível Cristão
Solidariedade é a palavra-chave dessa profissão. Um bom educador sanitário é aquele que tem respeito e amor pelo ser humano.
Muitos são os transmissores de enfermidades, graves ou não, aos quais estamos expostos diariamente: micróbios, vírus, bactérias, protozoários, parasitas (vermes), contato direto ou indireto com animais peçonhentos ou transmissores de doenças.
Mas sejam quais forem as formas de contágio, muitas doenças podem ser evitadas com alguns cuidados básicos: boa alimentação, higiene pessoal, evitar o contato com pessoas portadoras de doenças contagiosas, tomar todas as vacinas.
A vacinação é um procedimento que ajuda a aumentar as defesas do organismo contra determinadas doenças. As defesas são chamadas de anticorpos.
As vacinas são aplicadas em pessoas sadias para protegê-las contra as doenças.
Todos as crianças devem ser vacinadas nas campanhas feita pelo Governo e seguindo um calendário específico.
O educador deve fazer palestras com as pessoas menos esclarecidas.
O caso do dengue é um bom exemplo da complexidade do controle sanitário e das intrincadas interações nas questões de saúde pública.
Vários foram os fatores que levaram à situação que vivemos atualmente: desde o desmatamento descontrolado até a falta de condições sanitárias e de educação da população, passando pela ineficaz vigilância sobre os vetores de doenças e as características biológicas do vírus e do Aedes aegypti, seu principal transmissor.
Praticamente erradicado até a década de 70, o mosquito voltou ao nosso país, cujo clima tropical oferece condições adequadas para que ele prolifere na água limpa que se acumula pelas chuvas do verão.
Cabe ao educador sanitário dar o alerta sobre determinados perigos relacionados à nossa saúde, bem como o esclarecimento de como evitar tais riscos de contaminação.
Fonte: www.trabalhonota10.com.br
Serviço Nacional de Educação Sanitária - o estreito vínculo entre educação e saúde.
Hoje em dia, todo mundo aprende em casa e na escola que deve lavar as mãos antes das refeições, escovar os dentes, tomar banho e se vacinar. Sabemos que essas medidas de higiene e prevenção ajudam a manter as doenças longe. Mas nem sempre foi assim.
No Brasil, foi durante as décadas de 1930 e 1940 que o Estado pôs em prática a ideia de educar a população para a saúde. O governo passou a se preocupar com a implementação de políticas públicas de educação sanitária.
Em 1930, logo depois da revolução que levou o presidente Getúlio Vargas ao poder, as ideias sobre educação e saúde estavam tão interligadas que o ministério, criado nesse mesmo ano, chamava-se Ministério da Educação e Saúde Pública (MESP). Dessa forma, as duas áreas, antes subordinadas ao antigo Ministério da Justiça e Negócios Interiores, passavam a ter pasta própria. Um projeto político de longo prazo foi implantado a partir de 1934, com uma reforma feita pelo então ministro Gustavo Capanema.
O objetivo que norteava as reformas era a construção de uma nação com homens e mulheres trabalhadores e crianças saudáveis.
Em 1941, para consolidar os objetivos da reforma, foram instituídos 12 Serviços Nacionais: Serviço Nacional da Peste, da Tuberculose, da Febre Amarela, Câncer, Lepra, Malária, Doenças Mentais, Educação Sanitária (SNES), de Fiscalização da Medicina, de Saúde dos Portos, de Bioestatística e de Águas e Esgotos.
O SNES era o órgão federal encarregado de elaborar e supervisionar atividades destinadas especificamente à educação em saúde. O SNES deveria também articular-se com outros serviços e organizações estatais, paraestatais e privadas.
Os órgãos de educação sanitária teriam como prioridade a proteção da criança, a alimentação pública e a tuberculose, um dos problemas mais graves da época.
As atividades de rotina do Serviço eram a divulgação e educação sanitárias, que incluíam métodos e sistemas de propaganda e educação. Com o apoio do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), o SNES se dedicou a publicações de folhetos – como as cartilhas ilustradas por Luiz Sá - , livros e catálogos, realizou palestras via rádio, conferências em colégios, adquiriu e confeccionou peças, discos e filmes, além de ter coordenado os trabalhos de educação e propaganda sanitárias realizados por outras entidades.
Os conteúdos veiculados por esses diferentes meios de comunicação abordavam temas relacionados a doenças específicas ou outras questões, como tabagismo, os cuidados com os dentes, ou o exame pré-nupcial, que recebia muita atenção na época.
Foi um momento em que a saúde passou a ser vista como uma questão pedagógica, tão importante como a alfabetização. A higiene era o conceito central que orientava as políticas no setor, contribuindo para o fortalecimento de práticas preventivas.
Esse modelo atravessou as décadas de 1930, 40 e 50, e perdurou até mesmo depois de 1953, quando foi criado o Ministério da Saúde e as pastas da educação e saúde se separaram, depois de 23 anos sob o mesmo comando.
Fonte: www.invivo.fiocruz.br
A ÉTICA E A EDUCAÇÃO SANITÁRIA
A conexão entre a ética e a educação sanitária, até hoje, não foi levada na devida consideração pelos estudiosos do assunto. Na realidade, o problema permanece intocado no que se refere à maior exigência de nossa sociedade no que se refere à proteção e conservação da saúde.
Na situação de inegável desequilíbrio existente entre o cidadão e o serviço sanitário, que deveria estar disponível para todos, aparece de imediato a necessidade de privilegiar com ênfase a prevenção no que tange à terapia. Financeiramente, os custos envolvidos na prevenção sanitária são muito menores do que os custos da terapia necessária ao tratamento das doenças causadas pela inexistência ou pelo baixo índice de instalações sanitárias existentes. O lado econômico do problema tem, inclusive, reflexos éticos e sociais, a partir do momento em que a oferta destes serviços é, de maneira dramática, inferior à sua demanda.
O fato é que a alocação dos recursos para os serviços sanitários não pode ser feito de modo empírico ou discricionário, de acordo com a vontade política dos governantes de ocasião que, na maioria das vezes privilegiam as áreas onde se situam os seus currais eleitorais. A verdade é que a implantação dos serviços sanitários, de modo a beneficiar toda a coletividade, deve ser prevista em lei rigorosa, com alocação de recursos específicos e intocáveis pelos governantes. Só desta maneira será respeitada a lei da Igualdade entre os cidadãos e garantida a segurança do direito de todos à saúde e ao bem estar.
Adicionalmente, a prevenção sanitária é um valor ético que constitui um reconhecimento da importância do bem-estar psicofísico e social, de acordo com a definição da Organização Mundial de Saúde. Prevenir, ao invés de curar, implica na eliminação ou na limitação do sofrimento e da angústia derivadas da doença. Assim sendo, é fora de dúvida que a estratégia da prevenção tem forte conotação ética e que, como conseqüência, também é válido no que respeita à educação sanitária das coletividades, como complemento indispensável à prevenção das doenças advindas da falta ou do mau uso das instalações sanitárias.
Em primeiro lugar, é necessária a existência de uma política de saúde, direcionada à defesa dos direitos do cidadão no âmbito sanitário, de modo a proteger a dignidade da pessoa humana. Para começar, é necessário atuar junto às famílias, objetivando despertar nelas a sua responsabilidade ético-social no campo da educação. Deste modo se poderiam reduzir bastante os riscos de caráter patogênico, como, aliás, mostram as estatísticas disponíveis, que tipificam o aparecimento de doenças similares, de origem sanitária, dentro da própria família. Com mais freqüência, isto acontece com as crianças e os adolescentes sem a devida educação a respeito.
Em segundo lugar, faz-se necessário intervir incisivamente nos currículos escolares. Um sistema escolar alinhado com as exigências da sociedade deveria, entre outras funções, realizar uma função capilar na difusão da educação sanitária entre os alunos, as suas famílias e os seus mestres. Isto, sem se limitar a fornecer somente informações, mas construindo uma verdadeira consciência da importância da saúde e do seu valor ético e social.
Em terceiro lugar, é fundamental ressaltar a finalidade preventiva dos serviços sócio-sanitários, mediante a implementação de programa didático e educativo, que considere a proteção à saúde, com o objetivo de modificar os maus hábitos sanitários, sob o ponto de vista higiênico. Por outro lado, a educação sanitária não é a panacéia capaz de acabar com todos os males derivados dos problemas sanitários. Deve-se sempre considerar os limites e os riscos de uma informação mal recebida ou mal entendida, considerando sempre as bases culturais das pessoas envolvidas.
Além disso, deve-se manter sempre a maior reserva sobre grande parte dos remédios divulgados pelos laboratórios que, se tomados sem a devida prescrição médica, podem ser altamente prejudiciais à saúde. A educação sanitária pressupõe a formação de uma consciência do valor da saúde como valor ético e social, que recomenda alguns comportamentos e desencoraja outros. O primeiro objetivo a alcançar nesta educação é o de reforçar a confiança no seu médico, de modo a garantir a aliança terapêutica na relação médico-paciente. Sem essa confiança, é sério o risco de impedir o tratamento da doença e, em alguns casos, anular a estratégia preventiva e terapêutica de seu médico.
Neste sentido, são extremamente importantes as campanhas veiculadas na mídia sobre as doenças sanitárias, enfatizando os casos deploráveis e condenáveis, que provocam dúvidas e a desconfiança da opinião pública nos tratamentos ditos caseiros, ou através do aconselhamento dos simples funcionários das farmácias. O que, por outro lado, não significa negar ou encobrir a negligência médica que, quando presente, deve ser sujeita à punição, tanto judicial quanto dos Conselhos Regionais de Medicina.
A respeito deve-se também ressaltar como ilegítimas as generalizações injustas e impiedosas, que negligenciam ou esquecem a orientação, sempre válida, do serviço sanitário. De qualquer modo, não se pode e não se deve esquecer que, sempre que o paciente perde a confiança nos recursos da medicina, fatalmente ocorrerá uma perda na qualidade das iniciativas terapêuticas, e assim também no seu estado de saúde.
Assim sendo, deve-se ressaltar que o conteúdo de uma educação sanitária é de natureza essencialmente higiênica, tanto física quanto mental, e que os riscos de contrair doenças são tanto maiores quanto piores forem os comportamentos e os hábitos incompatíveis com a conservação da saúde. Isto, tanto no âmbito da alimentação, quanto no uso de drogas e de tóxicos, no uso incorreto de remédios, e na inadequada atividade física e mental.
Além desta sua função negativa, a educação sanitária deverá, de maneira positiva, indicar modelos de estilos de vida que sejam coerentes com a conservação da saúde. Neste sentido, deve-se atribuir à medicina uma forte característica ética e social, com todo o seu tradicional conjunto de valores humanísticos, no âmbito das clássicas concepções de Hipócrates e de Galeno.
Se refletirmos sobre os dados epidemiológicos referentes às doenças mais graves da atualidade, e nas correlações etiológicas que eles apresentam, se verificará que, em muitos casos, estas doenças são derivadas dos maus hábitos, da falta de cuidado na vida sexual, do desequilíbrio da atividade física, dos excessos e dos maus hábitos alimentares, do abuso do álcool e do vício de fumar.
Por isso mesmo, não se pode mais omitir a necessidade de promoção de campanhas permanentes, nas escolas e na mídia, levando à população mensagens educativas eficazes, de modo a criar uma cultura que enfatize a conservação da saúde, inclusive por se tratar de um verdadeiro problema de ética, que afeta o bem estar de toda a humanidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário