ILHA SOLTEIRA - SP, É QUASE UM PARAISO!!

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OS MEUS JARDINS E QUINTAIS EM MINHA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA !! A Minha Amada, deitada eternamente em berço esplêndido; ao som do Rio Paraná e à luz deste céu profundo!! (Crédito da Foto: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=210844 )

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sexta-feira, 29 de abril de 2011

João do Vale - Muita Gente Desconhece

 João Batista do Vale


“Isso é que forma João único, isto é que torna João Plural. Era cidadão do mundo? Era. Mas era antes de tudo um nordestino!”  (Lenita Beltrame).

"... A aranha tece puxando o fio da teia
A ciência da abeia, da aranha e a minha
Muita gente desconhece
Muita gente desconhece, olará, viu?
Muita gente desconhece..." 
(Na Asa do Vento - João do Vale e Luiz Vieira).

Um anônimo coletor, nomeado para a pequena Pedreiras, interior do Maranhão, mudou a vida de um garoto, neto de escravos, chamado João Batista do Vale. Não havia vagas suficientes na escola municipal, e o filho do coletor não ia ficar sem estudar. “Tinha uns trezentos alunos, mas escolheram logo eu para dar lugar ao filho do homem.

Hoje eles botaram rua com meu nome, me homenageiam, só para desmanchar o que fizeram... Mas nem Deus querendo eu esqueço”. O menino, que de tanto dançar e cantar recebeu o apelido de “Pé de Xote”, tiraria daquela derradeira lição que a escola formal lhe ensinou a consciência para denunciar os problemas sociais, anos mais tarde, em suas músicas.

Enquanto a maioria dos compositores da chamada música nordestina explorou ad nauseam o drama da seca, João do Vale falava das desigualdades sociais, foi pioneiro em abordar, sem demagogia, o tema reforma agrária: “É só me dar terra pra ver como é que é / Eu planto feijão, arroz e café... Eu sou bom lavrador / Mas plantar pra dividir / Não faço isso mais não” (Sina de cabloco, com Jocastro Bezerra de Aquino).

João do Vale, deixou canções com letras fortes (como os sertanejos) e contagiantes que alegram festas e forrós, mas que muita gente desconhece serem de sua autoria. Carcará, Pisa na fulô, Na asa do vento, A voz do povo, Sina de caboclo, “Coroné” Antonio Bento são algumas delas.

João cantou as dificuldades da vida de sertanejo pobre, que conheceu muito bem, e as alegrias e o orgulho de ser compositor/cantor reconhecido e muito querido por colegas de infância.

João Batista do Vale mais conhecido como João do Vale nasceu em Pedreiras - MA em 11 de Outubro de 1934. De origem humilde, desde pequeno gostava muito de música, mas logo teve que trabalhar, para ajudar a família. Aos 13 anos foi para São Luís - MA, onde participou de um grupo de bumba-meu-boi, o Linda Noite, como "amo" (pessoa que faz os versos). Dois anos depois, começou sua viagem para o Sul, sempre em boléias de caminhões. Em Fortaleza CE, foi ajudante de caminhão; em Teófilo Otoni MG, trabalhou no garimpo; e no Rio de Janeiro RJ, onde chegou em dezembro de 1950, empregou-se como ajudante de pedreiro numa obra no bairro de Ipanema.

Em 1954, participou com figurante do filme Mãos Sangrentas, dirigido por Carlos Hugo Christensen, João do Vale conheceu Roberto Farias – na época assistente de direção, - que, ao se transformar em diretor, convidou o compositor para musicar alguns de seus filmes, como No Mundo da Luz, de 1958.

Com músicas e letras na cabeça, já que não sabia escrever, começou a freqüentar as rádios com a intenção de conhecer os artistas e apresentar suas composições, em maioria baiões. Depois de dois meses de tentativas, teve uma música de sua autoria - Cesário Pinto - gravada por Zé Gonzaga (irmão de Luiz Gonzaga), que fez sucesso no Nordeste. Em 1953, foi apresentado por Luiz Vieira a uma das “rainhas do rádio”, Marlene, que gravou sua Estrela Miúda que, tocada nas rádios, fez sucesso no Rio. João contaria depois que, ao ouvir a música no rádio, comentou com os colegas de trabalho, na obra, que era uma música de sua autoria. Eles duvidaram e lhe disseram que o sol quente estava prejudicando seu juízo.

Dois outros períodos foram muito marcantes em sua carreira. No início dos anos de 1960, conheceu Zé Kéti que o levou para se apresentar no ZiCartola, bar-restaurante de Cartola e Dona Zica que reunia artistas e músicos, ode estreou em 1964 como cantor. No ZICArtola, João do Vale foi convidado a participar do show Opinião, ao lado de Zé Kéti e Nara Leão. O Show idealizado por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, e dirigido por Augusto Boal foi apresentado no teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro. Com a sua participação no Show Opinião, João do Vale tornou-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua música Carcará (com José Cândido), a mais marcante do espetáculo, que lançou Maria Bethânia como cantora. O Show Opinião foi assistido por mais de 25 mil pessoas só no Rio de Janeiro, e levado a outros estados, constitui-se num marco de resistência artística ao regime ditatorial vigente no país. Este show, que lançou também Maria Bethânia (que substituiu Nara), com sua marcante interpretação de Carcará, foi relançado anos depois em 1975, com Zé Kéti e Maria Medalha, sob direção de Bibi Ferreira.

Como compositor, em 1969 fez a trilha sonora do filme “Meu nome é Lampião” (Mozael Silveira). Depois de se afastar do meio musical por quase dez anos, lançou em 1973 a música Se eu tivesse o meu mundo (com Paulinho Guimarães) e em 1975 participou da remontagem do show Opinião, no Rio de Janeiro. Tem dezenas de músicas gravadas e algumas delas deram popularidade a muitos cantores: Peba na pimenta (com João Batista e Adelino Rivera), gravada por Ari Toledo, e Pisa na fulo (com Ernesto Pires e Silveira Júnior), Baião de 1957, gravado por ele mesmo.

No final dos anos 70, comandaria o “Forró Forrado” no Catete, casa de forró, democrática, que reunia um público amplo: estudantes, intelectuais, trabalhadores das obras do metrô. João recebia convidados como Chico Buarque, Edu Lobo, Zé Ramalho, Djavan, sempre animando as sextas-feiras, por cerca de dez anos.

Capa do disco João do Vale convida

Em 1981, com direção de produção de Chico Buarque, Fagner e Fernando Faro, João do Vale grava um belíssimo disco – João do Vale Convida - com participações especiais de Chico Buarque, Jackson do Pandeiro, Nara Leão, Fagner, Tom Jobim, Gonzaguinha, Clara Nunes, Zé Ramalho, Amelinha e Alceu Valença, atualmente disponível em cd.


Uma das fotos do encarte do disco João do Vale convida

Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque.

Na década de 1990, vários shows beneficentes, em sua homenagem foram realizados, num período em que João do Vale já não conseguia cantar, devido a seqüela de “derrame”. E nesse mesmo sentido, em 1994, Chico Buarque voltou a reverenciar o amigo, produziu um segundo disco, o disco João Batista do Vale, prêmio Sharp de melhor disco regional (cd), com interpretações também de vários artistas, alguns que já tinham gravado sucessos seus, como Maria Bethânia, Ivon Cury, Luiz Vieira, Marinês, além da participação de Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Alcione, entre outros.

Faleceu em São Luís - MA no dia 06 de Dezembro de 1996, sendo sepultado em sua cidade natal - Pedreiras.

Novas homenagens e resgate de sua história seguiram-se após sua morte, como o livro Pisa na fulô, mas não maltrata o carcará, de Marcio Paschoal (Editora Lumiar); o cd Carcarás da Cidade - Um tributo a João do Vale, lançado pelo selo da Prefeitura de Nova Iguaçu, onde João do Vale morou por cerca de vinte anos; João do Vale mais coragem do que homem, de Andréa Oliveira (Edufitia) e o documentário João do Vale – muita gente desconhece, de Werinton Kermes.
Capa do DVD documentário sobre João do Vale - Muita Gente Desconhece; lançado em 2005.

ABAIXO O DOCUMENTÁRIO EM TRÊS PARTES:



Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=xJv2Vw_64XI&feature=related


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=y3T2Pk0E4rs


"Devo dizer que considero João do Vale uma das figuras mais importantes da música popular brasileira. Se é certo que em 1964-65, quando se realizou pela primeira vez o show Opinião, os grandes centros do país tomaram conhecimento de sua existência e lhe reconheceram os méritos de compositor, não é menos certo que pouca gente de seu conta do que ele realmente significa como expressão de nossa cultura popular. Isso se deve ao fato de que João do Vale não é um compositor de origem urbana e que só agora se começa a vencer o preconceito que tem cercado as manifestações populares sertanejas. É verdade que em determinados momentos, com Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, essa música conseguiu ganhar o auditório nacional, mas para, em seguida, perder o lugar conquistado. É que o Brasil é o grande e diversificado. Basta dizer que, quando João do Vale se tornou um nome nacional, já tinha quase trezentas músicas gravadas, que o Nordeste inteiro conhecia e cantava, enquanto no Sul ninguém ainda ouvira falar nele. Lembro-me da primeira vez que o vi cantar em público, em 1963, no Sindicato dos Bancários, no Rio, convidado por Thereza Aragão. Dentro de um terno branco engomado, pisando sem jeito com uns sapatões de verniz, entrou em cena. Parecia encabulado, mais, quando começou a cantar, empolgou o auditório. Era como se nascesse ali o novo João do Vale que, menos de dois anos depois, na arena do Teatro Opinião, faria o público ora rir, ora chorar, com a força e a sinceridade de sua música e de sua palavra. Autenticidade é uma palavra besta mas é na autenticidade que resida a força desse João maranhense, vindo de Pedreiras para dar voz nacional ao sertão. Mas não só nisso, e não apenas no seu talento, como também em sua cultura. Há gente que pensa que culto é apenas quem leu muitos livros. No entanto, se tivesse tido, como eu a oportunidade de ouvir João cantar as músicas sertanejas que ele sabe, veria que ele é a expressão viva de uma cultura. De uma cultura que não está nos livros mas na memória e no coração dos artistas do povo."

Ferreira Gullar

REFERÊNCIAS E FONTES:

http://pt.wikipedia.org

http://www.mpbnet.com.br

http://www.fundacaojoaodovale.com.br

http://www.dicionariompb.com.br

http://zecazines.blogspot.com

quinta-feira, 21 de abril de 2011

TIRADENTES - UM HERÓI NACIONAL.

"LIBERTAS QUAE SERA TAMEM", LIBERDADE AINDA QUE TARDIA

21 DE ABRIL 


Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (Fazenda do Pombal, batizado em 12 de novembro de 1746— Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792) foi um dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político que atuou no Brasil colonial, mais especificamente nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro. No Brasil, é reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira, patrono cívico do Brasil, patrono também das Polícias Militares dos Estados e herói nacional.

O dia de sua execução, 21 de abril, é feriado nacional. A cidade de Tiradentes (Minas Gerais), antiga Vila de São José do Rio das Mortes, foi nomeada em sua homenagem.

Imagem: RODRIGUES, J. W. Retrato do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, 1940. Fonte: Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro.

Tiradentes é um autêntico herói nacional, porque lutava por uma nação livre quando era crime falar em independência. Um herói trágico, visto que foi morto pelo poder maior contra o qual digladiava. Sua história lembra a de Prometeu, desobedecendo aos deuses ao usurpar-lhes o fogo do Olimpo, entregando aos humanos. Diferente de Aquiles, vencido pelo destino, o titã pode ser considerado o primeiro herói engendrado mitologicamente. Tiradentes lembra Joana D'Arc, condenada por heresia. Lembra Giordano Bruno, também queimado na fogueira. No caminho de todo herói quase sempre se interpõe uma força invencível, seja a natureza, os deuses/ demônios, o Estado, a Igreja... A heroicidade é confirmada a posteriori, quando as causas pelas quais o (futuro) herói lutava se tornam vencedoras. Com o fogo da razão, os homens sobreviveram aos deuses. A França recuperou seus territórios, e o processo contra Joana D'Arc foi revisto. As idéias de Copérnico, com as correções de Kepler e de Galileu, acabaram derrubando o geocentrismo dogmatizado pela Igreja de Roma. A nação brasileira, idealizada pelos inconfidentes, tornou-se livre do jugo colonial.

Tiradentes era alferes, posto equivalente ao de tenente, no Regimento de Cavalaria Militar, em Vila Rica (atual Ouro Preto), quando entrou em contato com as idéias iluministas que um grupo de proprietários, padres, militares e intelectuais mineiros pregava, a fim de proclamar uma república independente em Minas Gerais. Antes tinha sido tropeiro, mascate e dentista prático, o que lhe proporcionou o apelido de Tiradentes. Entusiasmado com a oportunidade de livrar sua cidade do jugo da Coroa Portuguesa, juntou-se aos revoltosos da Conjuração Mineira (1788-1792). No entanto, sua participação na conspiração sempre fora posta em segundo plano pelos seus próprios companheiros, até ter sido desmantelada pelo governador de Vila Rica, Luís Antônio Furtado de Mendonça, visconde de Barbacena, que fora avisado pela denúncia feita por um dos conspiradores, Joaquim Silvério dos Reis, que os traíra em troca do perdão de suas dívidas. A partir de então, Tiradentes foi abandonado a sua própria sorte pelos antigos confrades que o acusaram de mentor do golpe fracassado, ao mesmo tempo em que pediam clemência à rainha. De todos os condenados à morte, Tiradentes foi o único que teve a sua pena executada, à exceção do rico poeta Cláudio Manoel da Costa (1729-1789) suicidado na Casa dos Contos, em Vila Rica. Os demais partiram contentíssimos para o degredo, onde puderam esconder as vergonhas de suas corvadias. Tiradentes tornou-se, então, o primeiro e talvez único herói da história brasileira a morrer com dignidade, pois, desde sua prisão em maio de 1789, até o enforcamento a 21 de abril de 1792, foi o único que não fraquejou ante seus algozes.

QUANDO TUDO ACONTECEU...

- 1746: Nasce em Pombal, distrito de S. José d’el Rei (hoje Tiradentes), Minas Gerais, Joaquim José da Silva Xavier. Os pais são Domingos da Silva Santos, nascido em Portugal, e Maria Antónia da Encarnação Xavier, nascida na Vila de São José d’el Rei (Brasil).
- 1755: Morre Maria Antónia; o viúvo e os órfãos mudam-se de vez para a Vila de São José.
- 1757: Órfão de pai.
- 1780: Arregimenta-se como soldado.
- 1781: É promovido a Alferes.
-1786: A mando do governador da capitania de Vila Rica, leva brilhantemente a cabo estudos demográficos, geográficos, geológicos, mineralógicos - quer de aplicação civil, quer militar.
- 1788: Envolve-se na Inconfidência contra a Coroa portuguesa
- 1789: Como conspirador, é preso no Rio de Janeiro.
- 1792: É enforcado em praça pública e depois esquartejado.

Biografia

Nascido em uma fazenda no distrito de Pombal, próximo ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, à época território disputado entre as vilas de São João del-Rei e São José do Rio das Mortes, na Minas Gerais. O local de nascimento é uma ironia da história. O Marquês de Pombal foi arqui-inimigo de Dona Maria I contra a qual Tiradentes conspirou, e que comutou as penas dos inconfidentes.

Joaquim José da Silva Xavier era filho do reinol Domingos da Silva Santos, proprietário rural, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação Xavier, tendo sido o quarto dos sete filhos.

Em 1755, após o falecimento da mãe, segue junto a seu pai e irmãos para a sede da Vila de São José; dois anos depois, já com onze anos, morre seu pai. Com a morte prematura dos pais, logo sua família perde as propriedades por dívidas. Não fez estudos regulares e ficou sob a tutela de um padrinho, que era cirurgião. Trabalhou como mascate e minerador, tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da profissão de vendedor de alho, o que lhe valeu a alcunha Tiradentes, um tanto depreciativa. Não teve êxito em suas experiências no comércio.

Com os conhecimentos que adquirira no trabalho de mineração, tornou-se técnico em reconhecimento de terrenos e na exploração dos seus recursos. Começou a trabalhar para o governo no reconhecimento e levantamento do sertão brasileiro. Em 1780, alistou-se na tropa da Capitania de Minas Gerais; em 1781, foi nomeado comandante do destacamento dos Dragões na patrulha do "Caminho Novo", estrada que servia como rota de escoamento da produção mineradora da capitania mineira ao porto Rio de Janeiro. Foi a partir desse período que Tiradentes começou a se aproximar de grupos que criticavam a exploração do Brasil pela metrópole, o que ficava evidente quando se confrontava o volume de riquezas tomadas pelos portugueses e a pobreza em que o povo permanecia. Insatisfeito por não conseguir promoção na carreira militar, tendo alcançando apenas o posto de alferes, patente inicial do oficialato à época, e por ter perdido a função de comandante da patrulha do Caminho Novo, pediu licença da cavalaria em 1787.

Morou por volta de um ano na cidade carioca, período em que idealizou projetos de vulto, como o bondinho do pão-de-açucar e a canalização dos rios Andaraí e Maracanã para a melhoria do abastecimento d'água no Rio de Janeiro; porém, não obteve aprovação para a execução das obras. Esse desprezo fez com que aumentasse seu desejo de liberdade para a colônia. De volta às Minas Gerais, começou a pregar em Vila Rica e arredores, a favor da independência daquela província. Organizou um movimento aliado a integrantes do clero e da elite mineira, como Cláudio Manuel da Costa, antigo secretário de governo, Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor da comarca, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, minerador. O movimento ganhou reforço ideológico com a independência das colônias estadunidenses e a formação dos Estados Unidos da América. Ressalta-se que, à época, oito de cada dez alunos brasileiros em Coimbra eram oriundos das Minas Gerais, o que permitiu à elite regional acesso aos ideais liberais que circulavam na Europa.

O movimento

Além das influências externas, fatores regionais e econômicos contribuíram também para a articulação da conspiração nas Minas Gerais. Com a constante queda na receita provincial, devido ao declínio da atividade mineiradora, a administração de Martinho de Melo e Castro instituiu medidas que garantissem o quinto, imposto que obrigava os moradores das Minas Gerais a pagar, anualmente, cem arrobas de ouro, destinadas à Real Fazenda. A partir da nomeação de Luís da Cunha Meneses como governador da província, em 1782, ocorreu a marginalização de parte da elite local em detrimento de seu grupo de amigos. O sentimento de revolta atingiu o máximo com a decretação da derrama, uma medida administrativa que permitia a cobrança forçada de impostos atrasados, mesmo que preciso fosse confiscar todo o dinheiro e bens do devedor, a ser executada pelo novo governador das Minas Gerais, Luís Antônio Furtado de Mendonça, 6.º Visconde de Barbacena (futuro Conde de Barbacena), o que afetou especialmente as elites mineiras. Isso se fez necessário para se saldar a dívida mineira acumulada, desde 1762, do quinto, que à altura somava 538 arrobas de ouro em impostos atrasados.

O movimento se iniciaria na noite da insurreição: os líderes da "inconfidência" sairiam às ruas de Vila Rica dando vivas à República, com o que ganhariam a imediata adesão da população. Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução, em 15 de março de 1789 foi delatada aos portugueses por Joaquim Silvério dos Reis, coronel, Basílio de Brito Malheiro do Lago, tenente-coronel, e Inácio Correia de Pamplona, luso-açoriano, em troca do perdão de suas dívidas com a Real Fazenda. Anos depois, por sua delação e outros serviços prestados à Coroa, Silvério dos Reis receberia o título de Fidalgo.

Entrementes, em 14 de março, o Visconde de Barbacena já havia suspendido a derrama o que de esvaziara por completo o movimento. Ao tomar conhecimento da conspiração, Barbacena enviou Silvério dos Reis ao Rio para apresentar-se ao vice-rei, que imediatamente (em 7 de maio) abriu uma investigação (devassa). Avisado, o alferes Tiradentes, que estava em viagem licenciada ao Rio de Janeiro escondeu-se na casa de um amigo, mas foi descoberto ao tentar fazer contato com Silvério dos Reis e foi preso em 10 de maio. Dez dias depois o Visconde de Barbacena iniciava as prisões dos inconfidentes em Minas.

Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da Silva e Oliveira Rolim e Manuel Rodrigues da Costa, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante dos Dragões, os coronéis Domingos de Abreu Vieira e Joaquim Silvério dos Reis (um dos delatores do movimento), os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor.

Os principais planos dos inconfidentes eram: estabelecer um governo republicano independente de Portugal, criar manufaturas no país que surgiria, uma universidade em Vila Rica e fazer de São João del-Rei a capital. Seu primeiro presidente seria, durante três anos, Tomás Antônio Gonzaga, após o qual haveria eleições. Nessa república não haveria exército – em vez disso, toda a população deveria usar armas, e formar uma milícia quando necessária. Há que se ressaltar que os inconfidentes visavam a autonomia somente da província das Minas Gerais, e em seus planos não estava prevista a libertação dos escravos africanos, apenas daqueles nascidos no Brasil.

Às 2 horas da manhã do dia 19 de abril de 1792, é pronunciada a sentença do alferes:
 
FONTE: http://www.conexaoaluno.rj.gov.br/especiais-20c.asp

Julgamento e sentença

Negando a princípio sua participação, Tiradentes foi o único a, posteriormente, assumir toda a responsabilidade pela "inconfidência", inocentando seus companheiros. Presos, todos os inconfidentes aguardaram durante três anos pela finalização do processo. Alguns foram condenados à morte e outros ao degredo; algumas horas depois, por carta de clemência de D. Maria I, todas as sentenças foram alteradas para degredo, à exceção apenas para Tiradentes, que permaneceu com a pena capital, porém não por morte cruel como previam as Ordenações do Reino: Tiradentes foi enforcado.

Os réus foram sentenciados pelo crime de "lesa-majestade", definida, pelas ordenações afonsinas, como traição contra o rei. Crime este comparado à hanseníase pelas Ordenações Afonsinas:

-“Lesa-majestade quer dizer traição cometida contra a pessoa do Rei, ou seu Real Estado, que é tão grave e abominável crime, e que os antigos Sabedores tanto estranharam, que o comparavam à lepra; porque assim como esta enfermidade enche todo o corpo, sem nunca mais se poder curar, e empece ainda aos descendentes de quem a tem, e aos que ele conversam, pelo que é apartado da comunicação da gente: assim o erro de traição condena o que a comete, e empece e infama os que de sua linha descendem, posto que não tenham culpa.”

Em parte por ter sido o único a assumir a responsabilidade, em parte, provavelmente, por ser o inconfidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior. Por esse mesmo motivo é que se cogita que Tiradentes seria um dos poucos inconfidentes que não eram maçons.

E assim, numa manhã de sábado, 21 de abril de 1792, Tiradentes percorreu em procissão as ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro, no trajeto entre a cadeia pública e onde fora armado o patíbulo. O governo geral tratou de transformar aquela numa demonstração de força da coroa portuguesa, fazendo verdadeira encenação. A leitura da sentença estendeu-se por dezoito horas, após a qual houve discursos de aclamação à rainha, e o cortejo munido de verdadeira fanfarra e composta por toda a tropa local. Bóris Fausto aponta essa como uma das possíveis causas para a preservação da memória de Tiradentes, argumentando que todo esse espetáculo despertou a ira da população que presenciou o evento.
                                                  

Executado e esquartejado, com seu sangue se lavrou a certidão de que estava cumprida a sentença, tendo sido declarados infames a sua memória e os seus descendentes. Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, tendo sido rapidamente cooptada e nunca mais localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus discursos revolucionários. Arrasaram a casa em que morava, jogando-se sal ao terreno para que nada lá germinasse.

O quadro Tiradentes Esquartejado, de Pedro Américo (1843-1905) – PINTADO EM 1893 – ACERVO DO MUSEU MARIANO PROCÓPIO.

Tiradentes permaneceu, após a Independência do Brasil, uma personalidade histórica relativamente obscura, dado o fato de que, durante o Império, os dois monarcas, D. Pedro I e D. Pedro II, pertenciam à casa de Bragança, sendo, respectivamente, neto e bisneto de D. Maria I, quem havia emitido a sentença de morte de Tiradentes. Foi a República – ou, mais precisamente, os ideólogos positivistas que presidiram sua fundação – que buscaram na figura de Tiradentes uma personificação da identidade republicana do Brasil, mitificando a sua biografia. Daí a sua iconografia tradicional, de barba e camisolão, à beira do cadafalso, vagamente assemelhada a Jesus Cristo e, obviamente, desprovida de verossimilhança. Como militar, o máximo que Tiradentes poder-se-ia permitir era um discreto bigode. Na prisão, onde passou os últimos três anos de sua vida, os detentos eram obrigados a raspar barba e cabelo a fim de evitar piolhos. Também, o nome do movimento, "Inconfidência Mineira", e de seus participantes, os "incofidentes", foi cunhado posteriormente, denotando o caráter negativo da sublevação – inconfidente é aquele que trai a confiança. 

Tiradentes nunca se casou, mas teve dois filhos: João, com a mulata Eugênia Joaquina da Silva, e Joaquina, com a ruiva Antônia Maria do Espírito Santo, que vivia em Vila Rica. Atualmente, foi concedida à sua tetraneta Lúcia de Oliveira Menezes, por meio da Lei federal 9.255/96, uma pensão especial do INSS no valor de R$ 200,00, o que causou polêmica sobre a natureza jurídica deste subsídio, mas solucionado pelo STF no agravo de instrumento 623.655.

Atualmente, onde se encontrava sua prisão foi erguido o Palácio Tiradentes; onde foi enforcado ora se encontra a Praça Tiradentes e onde sua cabeça foi exposta fundou-se outra Praça Tiradentes. Em Ouro Preto, na antiga cadeia, hoje há o Museu da Inconfidência. Tiradentes é considerado atualmente Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte, 21 de abril, feriado nacional. Seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, sendo considerado Herói Nacional.


FONTE: http://www.velhosamigos.com.br/DatasEspeciais/diatiradentes1.html

PARA SABER MAIS SOBRE O GRANDE HERÓI TIRADENTES, CLIC NOS LINKS ABAIXO:

quinta-feira, 7 de abril de 2011

PISO NACIONAL DOS PROFESSORES

Supremo garante piso nacional dos professores



O Supremo Tribunal Federal(STF) assegurou, nesta quarta-feira (6), por oito votos a um, a lei que criou o piso nacional dos professores, em julho de 2008. A lei havia sido questionada na Justiça, em 2010, por governadores de cinco estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará. Eles argumentavam que os custos das folhas de pagamento ultrapassariam os limites estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

“Não me comove, não me sensibiliza nem um pouco argumentos de ordens orçamentárias. O que me sensibiliza é a questão da desigualdade intrínseca que está envolvida. Duvido que não haja um grande número de categorias de servidores, que tenha rendimentos de pelo menos 10, 12, até 15 vezes mais que esse piso”, argumentou o relator da ação, ministro Joaquim Barbosa (foto).

Também votaram a favor da manutenção do piso os ministros Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Ellen Gracie, Celso de Mello, Ayres Britto e Gilmar Mendes. Somente o ministro Marco Aurélio Mello votou contra a manutenção do piso.

“Diria mesmo que a educação está sucateada, mas não estamos aqui a atuar num campo da disciplina em si da matéria. Aprendi, desde cedo, que para as unidades da federação se há de reconhecer a autonomia governamental e normativa”, disse Marco Aurélio.

Prontamente, o ministro Fux rebateu: “como a lei é boa, não vamos aplicar”. Teve início então uma salva de palmas para Fux. Constrangido, Marco Aurélio afirmou não estar ali “para receber aplausos ou vaias” e sugeriu a suspensão do julgamento. A Corte não acatou o pedido e deu continuidade à votação. Os ministros definiram que deve ser mantido o piso, fixado em R$ 1.187,97 em 2011 para jornada de 40 horas semanais, sem considerar os acréscimos pagos por prefeituras e administrações estaduais.

Fonte: Brasília Confidencial 

Monólogo das Mãos

 

Giuseppe Artidoro Ghiaroni (Paraíba do Sul, 22 de fevereiro de 1919 — Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 2008) foi um jornalista e poeta brasileiro.

De origem humilde, em sua juventude Ghiaroni foi aprendiz de ferreiro, ajudante de cozinha e office-boy. Ao mudar-se para a cidade do Rio de Janeiro, trabalhou como redator do "Suplemento Literário" e no jornal "A Noite", de onde passou para a Rádio Nacional (ambas as empresas ficavam no mesmo edifício, na Praça Mauá, centro do Rio) onde consagrou-se como cronista daquela emissora. Foi o autor de "Mãe", uma das novelas de maior sucesso da Rádio Nacional e que em 1948 foi transformada em filme (Mãe) com a direção de Teófilo de Barros Filho.

Ghiaroni foi ainda contratado da Rede Globo. Entre outros trabalhos, assessorou Chico Anysio na década de 1990, quando este produzia a "Escolinha do Professor Raimundo".


Monólogo das Mãos(Giuseppe Artidoro Ghiaroni)

Para que servem as mãos?
As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder,
ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar,
confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar,
acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir,
reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever... ...


As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau,
salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário;
Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não
matou Porcena;
foi com as mãos que Jesus amparou Madalena;
com as mãos David agitou a funda que matou Golias;
as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos
gladiadores vencidos na arena;
Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência;
os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos
vermelhas como signo de morte!
Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os
outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e
o carrasco, a corda;
o operário construir e o burguês destruir;
o bom amparar e o justo punir;
o amante acariciar e o ladrão roubar;
o honesto trabalhar e o viciado jogar.
Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor
ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!
Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!
As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios
e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura,
a arma que fere e o bisturi que salva.
Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas
protegemos a vista para ver melhor.
Os olhos dos cegos são as mãos.
As mãos na agulheta do submarino levam o homem
para o fundo como os peixes; no volante da aeronave
atiram-nos para as alturas como os pássaros.
O autor do "Homo Rebus" lembra que a mão foi o primeiro
prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida;
a primeira almofada para repousar a cabeça,
a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.
A mão aberta,acariciando, mostra a bondade; fechada
e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada
a pena e a cruz!
Modela os mármores e os bronzes; da cor às telas
e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia
nas formas eternas da beleza.
Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza;
doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta
os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão
de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento
de felicidade.
O noivo para casar-se pede a mão de sua amada;
Jesus abençoava com a s mãos;
as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as
mãos as cabeças inocentes.
Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica,
ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.
E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre
ainda as mãos prevalecem.
Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram
o corpo pequenino.
E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem,
são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.

E as mãos dos amigos nos conduzem...
E as mãos dos coveiros nos enterram!



Texto adaptado por Procópio Ferreira e interpretado por Bibi Ferreira:


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=3BhsnXDn-jk&feature=related

E interpretado também por Lúcio Mauro:


FONTE: http://www.youtube.com/watch?v=bGd-EPmQ2iM

domingo, 3 de abril de 2011

Banco do Brasil e Banco da Amazônia, acusados de financiar desmatadores.

Nove procuradores acusam bancos estatais de financiar desmatadores


01/04/2011

O Ministério Público Federal do Pará entrou ontem com ação judicial contra o Banco do Brasil e o Banco da Amazônia, acusando-os de emprestarem dinheiro a fazendas em que são cometidas irregularidades trabalhistas e ambientais. A ação é assinada por nove procuradores da República. De acordo com a denúncia, as duas instituições concederam 55 empréstimos, no valor total de R$ 26 milhões, nos 10 municípios paraenses campeões de desmatamento. Foram beneficiadas, segundo os procuradores, até propriedades rurais com ocorrências de trabalho escravo.O Banco da Amazônia liberou R$ 18 milhões, em 37 contratos, e o Banco do Brasil mais R$ 8 milhões,em 18 contratos.

“Além de 92 financiamentos irregulares detectados por amostragem, existem outras fortes provas do descontrole das instituições financeiras sobre o dinheiro que estão injetando na região amazônica”, destaca o Ministério Público.

Dados do Banco Central obtidos pelo MPF demonstram que, entre 1995 e 2009, instituições financeiras emprestaram mais de R$ 90 bilhões para atividades rurais na Amazônia Legal. Desse total, mais de 92% saiu de bancos públicos.

“Desvendou-se, de forma factual, que as propagandas de serviços e linhas de crédito que abusam dos termos responsabilidade socioambiental e sustentabilidade não retratam essa realidade nas operações de concessão desses financiamentos a diversos empreendimentos situados na Amazônia, que, em sua maioria, são subsidiados com recursos dos fundos constitucionais de desenvolvimento e de outras fontes da União”, criticam os procuradores.

Caso a ação seja acolhida pela Justiça, os bancos podem pagar indenização por “danos a coletividade” e terão que realizar auditorias internas para apurarem qual foi o tamanho da área desmatada nas fazendas que contraíram empréstimos. Os procuradores também pedem que o Banco da Amazônia e o Banco do Brasil “invertam suas prioridades, deixando de emprestar dinheiro para produtores irregulares, implementando política de juros reduzida para produtores de municípios ambientalmente responsáveis e incentivando o licenciamento ambiental das propriedades”.

O Banco da Amazônia emitiu nota afirmando que ainda não foi notificado e que, “portanto, não tem como se manifestar nesse momento”. O Banco do Brasil ainda não respondeu as acusações.

O Ministério Público denunciou, além dos bancos, o Incra. Segundo os procuradores, o instituto foi ineficiente no controle e no cadastramento dos imóveis rurais da região.

Fonte: Brasília Confidencial

(ACESSOS EM 02/04/2011